Portulegal # 76 – Revolução dos Cravos 40 anos, parte 2 – Carlos de Azevedo – 28.04.14 – radioeletrica.com
‘O segundo episódio do programa sobre os 40 anos da Revolução dos Cravos em Portugal traz a poesia pungente de Manuel Alegre (na voz do próprio) e a música interventiva de Sérgio Godinho, Zeca Afonso, Paulo de Carvalho, A Naifa, Rogério Charraz e José Mário Branco. Ademais, entre outros assuntos, discute-se o conceito de ditadura, democracia e liberdade na conjuntura política atual. Como dizia o escritor José Saramago, vivemos sob a égide de uma falsa democracia, amputada e condicionada. Quem realmente manda no mundo é uma esfera de poder que está acima dos governos nacionais democraticamente eleitos: O FMI, a UE, a OCDE, as empresas transnacionais, os bancos, o capital -, todos eles, por natureza, antidemocráticos.
Também vamos lembrar o antológico e humanitário discurso do genial Charlie Chaplin, este sim, um verdadeiro democrata, no final do filme “O Grande Ditador”, de 1940. O mais impressionante é que o discurso de Chaplin permanece atual. Na parte final do programa, a importância da rádio (e da música) para o arranque e o êxito da Revolução dos Cravos: as senhas para iniciar as operações militares foram duas canções, transmitidas pela Rádio em horas predeterminadas na madrugada entre 24 e 25 de abril de 1974: “E depois do adeus”, com Paulo de Carvalho e “Grândola Vila Morena”, com o Zeca Afonso. Essas músicas se tornaram emblemáticas e a Grândola tem sido cantada em manifestações de protesto contra a troika, governo, FMI e as tais medidas de “austeridade” econômicas, tanto em Portugal como na Espanha. Os integrantes do governo português, cada dia mais impopulares, têm sido especialmente recebidos pelo povo com “grandoladas”.
Tags: Chaplin, capitalismo, ditadura econômica, Europa, Portugal, José Saramago, Manuel Alegre, Paulo de Carvalho, rádio, Revolução dos Cravos, poesia, liberdade, democracia, Sérgio Godinho, Zeca Afonso
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